De acordo com o curador e filmmaker Gustavo Beck, a preservação da memória audiovisual é uma missão essencial para a valorização da cultura e da história de um país. Nesse cenário, o consultor em cinematecas e arquivos audiovisuais atua como uma peça-chave, articulando conhecimentos técnicos e estratégicos para garantir a integridade, o acesso e a difusão desses acervos. Seu trabalho vai muito além da curadoria: envolve planejamento, assessoria técnica e mediação entre diferentes profissionais e instituições.
Por que a atuação do consultor é estratégica na preservação audiovisual?
O consultor atua na interseção entre gestão cultural, tecnologia e patrimônio histórico, oferecendo orientações que norteiam decisões fundamentais. Ele analisa as condições do acervo, propõe políticas de conservação e define prioridades de restauração, sempre considerando os recursos disponíveis e as necessidades específicas de cada instituição. Com isso, contribui diretamente para a longevidade das obras e a eficiência dos processos de preservação.
Além disso, seu papel é estratégico por ajudar as cinematecas a se alinharem com padrões internacionais. Isso inclui desde a digitalização e armazenamento seguro até a catalogação segundo normas reconhecidas globalmente. Assim, o consultor favorece a integração desses acervos em redes colaborativas, ampliando o intercâmbio cultural e o acesso público ao conteúdo audiovisual preservado, conforme explica Gustavo Beck.
Como o consultor contribui para a organização e o acesso ao acervo?
A organização dos arquivos audiovisuais requer conhecimentos técnicos específicos sobre classificação, indexação e gestão de metadados. O consultor orienta a criação de sistemas eficazes de catalogação, que facilitam tanto a pesquisa interna quanto a consulta pública. Dessa forma, a recuperação de informações se torna mais rápida, precisa e acessível, beneficiando pesquisadores, cineastas e o público em geral.

Além da organização, ele também propõe estratégias de acesso, como exposições virtuais, plataformas digitais e parcerias com instituições educacionais. Com isso, Gustavo Beck destaca que o acervo ganha visibilidade e utilidade, deixando de ser um patrimônio estático para se tornar uma ferramenta viva de educação, memória e cultura. Assim, esse trabalho é fundamental para democratizar o acesso ao conhecimento audiovisual.
Quais desafios o consultor enfrenta nesse campo?
Entre os principais desafios, destacam-se as limitações orçamentárias e a falta de políticas públicas sólidas voltadas à preservação audiovisual. Frequentemente, os consultores precisam desenvolver soluções criativas e de baixo custo para garantir a sobrevivência de acervos valiosos. Além disso, a ausência de mão de obra qualificada pode dificultar a implementação das ações propostas, exigindo ainda mais envolvimento e capacitação por parte do consultor.
Outro desafio recorrente que Gustavo Beck menciona é a obsolescência tecnológica. O curador aponta que muitos materiais audiovisuais estão armazenados em formatos antigos, que exigem equipamentos e técnicas cada vez mais raros. Nesse contexto, o consultor precisa estar atualizado e conectado as redes de profissionais especializados, a fim de buscar soluções eficazes para a conversão e preservação desses registros. Portanto, seu papel exige constante atualização e adaptabilidade.
Guardião técnico da memória cultural
Em conclusão, Gustavo Beck frisa que o consultor em cinematecas e arquivos audiovisuais exerce uma função essencial como guardião técnico da memória cultural. Seu trabalho assegura não apenas a conservação dos registros históricos, mas também sua valorização e acessibilidade para as gerações futuras. Em um mundo onde a informação visual se torna cada vez mais relevante, contar com esse profissional é investir na preservação consciente da identidade de um povo.
Autor: Benjamin Walker