Bob Burnquist, ícone do skate brasileiro e mundial, tem sido uma figura central na evolução do esporte, especialmente após sua inclusão nas Olimpíadas. Em recente participação no Web Summit Rio, Burnquist compartilhou suas perspectivas sobre o impacto da entrada do skate nos Jogos Olímpicos e como isso tem influenciado a modalidade em nível global. Segundo ele, a essência do skate permanece intacta, mas a visibilidade proporcionada pelos Jogos Olímpicos ajudou a expandir o alcance do esporte, atraindo novos praticantes e admiradores.
A inclusão do skate nas Olimpíadas representou um marco significativo para a modalidade, que até então era vista como um esporte alternativo e marginalizado. Burnquist, que já havia antecipado essa possibilidade em entrevistas anteriores, destacou que a entrada nos Jogos Olímpicos não foi apenas uma conquista para o esporte, mas também uma oportunidade para mostrar ao mundo a cultura e a filosofia que o skate carrega. Ele enfatizou que, apesar da visibilidade aumentada, o skate continua fiel às suas raízes de liberdade, criatividade e expressão individual.
Além de sua carreira como atleta, Burnquist tem se dedicado a projetos que visam promover o skate de forma inclusiva e acessível. Um exemplo disso é o Instituto Bob Burnquist (IBB), que atua em diversas regiões do Brasil, promovendo ações no esporte, saúde e inclusão social. O IBB já impactou cerca de 1,5 milhão de pessoas com a reforma de pistas públicas de skate em estados como Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Essas iniciativas refletem o compromisso de Burnquist em democratizar o acesso ao skate e utilizar o esporte como ferramenta de transformação social.
Burnquist também tem se posicionado como um defensor da preservação da identidade do skate, mesmo com sua inserção no cenário olímpico. Em entrevistas anteriores, ele afirmou que “o skate não precisa das Olimpíadas, elas é que precisam do skate”, destacando que a autenticidade e a cultura do esporte não devem ser comprometidas em nome da competição. Essa postura reflete seu desejo de manter o espírito original do skate, mesmo diante das mudanças trazidas pela profissionalização e institucionalização da modalidade.
O ex-atleta também tem se mostrado preocupado com os desafios que o skate enfrenta em termos de infraestrutura e apoio institucional. Ele tem defendido a construção de mais pistas públicas e a implementação de políticas públicas que incentivem a prática do skate em escolas e comunidades. Para Burnquist, é fundamental que o esporte continue acessível a todos, independentemente de classe social ou localização geográfica, garantindo que o skate permaneça como uma ferramenta de inclusão e desenvolvimento pessoal.
Em relação ao futuro do skate nas Olimpíadas, Burnquist acredita que a modalidade tem potencial para crescer ainda mais, mas ressalta a importância de manter o equilíbrio entre a competitividade e a preservação dos valores que caracterizam o esporte. Ele vê a participação olímpica como uma oportunidade para o skate alcançar novos patamares, mas alerta para a necessidade de não perder a essência que o torna único. Para ele, o skate deve continuar sendo uma plataforma de expressão e criatividade, sem se deixar consumir pela pressão da performance e da medalha.
Burnquist também tem se envolvido em discussões sobre a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental no universo do skate. Ele tem incentivado a utilização de materiais ecológicos na fabricação de skates e a construção de pistas sustentáveis, que respeitem o meio ambiente. Essas iniciativas estão alinhadas com sua visão de um skate mais consciente e comprometido com o futuro do planeta, mostrando que o esporte pode ser uma força positiva também fora das pistas.
Por fim, Bob Burnquist continua sendo uma referência não apenas como atleta, mas também como líder e visionário no mundo do skate. Suas ações e declarações refletem seu compromisso em promover o esporte de maneira ética, inclusiva e sustentável, garantindo que as futuras gerações possam desfrutar do skate da mesma forma que ele fez ao longo de sua carreira. Seu legado vai além das manobras e medalhas, sendo um exemplo de como o esporte pode ser uma ferramenta poderosa de transformação social e cultural.
Autor: Benjamin Walker