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Cresceu? Formaliza! Os riscos de tocar o agro como se ainda fosse um negócio de família

O advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim acompanha de perto um erro comum no campo: manter a gestão rural nos moldes familiares mesmo após o negócio atingir um novo patamar. No início, tudo funciona na base da confiança, mas quando o patrimônio cresce, a falta de estrutura formal vira uma bomba relógio, e quem não se organiza, paga caro.

Imóveis, máquinas, receitas milionárias e sucessão mal planejada formam um combo perigoso. Quando o agro é conduzido como se fosse apenas uma extensão da família, a ausência de contrato, CNPJ, governança e controle fiscal pode gerar disputas internas, prejuízos e até bloqueios judiciais.

Por que a informalidade ainda persiste no agro?

A cultura da confiança e da tradição familiar é forte no meio rural. Muitas propriedades passaram de geração em geração sem a necessidade de documentação formal. Só que os tempos mudaram. Hoje, o agronegócio lida com financiamentos, exportações e demandas tributárias complexas, e isso exige profissionalização.

Dr. Christian Zini Amorim
Dr. Christian Zini Amorim

Outro ponto é o receio de “burocratizar” a fazenda, como se isso afastasse os membros da família. Na prática, ocorre o oposto: a formalização preserva relações, define responsabilidades e evita conflitos. A resistência muitas vezes vem da falta de orientação jurídica e da ideia equivocada de que “está tudo sob controle”.

O que pode dar errado quando tudo está no nome da família?

Muito. Imóveis usados como garantia pessoal, dívidas confundidas com despesas da empresa, falecimento de um dos sócios sem planejamento sucessório… Esses são apenas alguns exemplos de problemas recorrentes. Sem um contrato social ou uma holding estruturada, o negócio fica vulnerável.

O Dr. Christian Zini Amorim lembra que o risco jurídico aumenta quando o patrimônio está em nome de pessoas físicas. Além de dificultar a separação entre bens pessoais e empresariais, isso pode comprometer heranças, gerar litígios e atrapalhar o acesso a crédito. O agro forte depende de uma base sólida.

Quais estruturas legais podem ajudar a profissionalizar o negócio?

A criação de uma empresa rural, como uma sociedade limitada ou uma holding patrimonial, permite separar o CPF do CNPJ e organizar a operação com mais segurança. Isso inclui definição de cotas, regras de entrada e saída de sócios, sucessão planejada e gestão financeira mais transparente.

Além disso, contratos bem feitos com prestadores de serviço, cláusulas de proteção patrimonial e boas práticas contábeis são ferramentas essenciais, explica o Dr. Christian ZIni Amorim. A ajuda de um advogado especialista faz toda a diferença na escolha da estrutura ideal para cada realidade. É possível manter o espírito familiar com segurança jurídica.

Qual é o impacto de uma gestão informal no longo prazo?

Empresas familiares que não se formalizam acabam reféns de conflitos e limitações que impedem o crescimento. A falta de profissionalização afeta a governança, a atração de investidores e até a competitividade no mercado. Sem falar no desgaste emocional quando brigas entre irmãos, herdeiros ou cunhados viram processos.

No campo, a força do costume é grande, mas isso não pode substituir a força da lei. Profissionalizar não é romper com a tradição: é proteger o legado. E, como destaca o Dr. Christian Zini Amorim, o melhor momento para formalizar é quando tudo vai bem. Quando o problema aparece, muitas vezes, já é tarde demais.

Autor: Benjamin Walker

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